Vitae Professionals

A Diana Martins acaba de integrar a nossa equipa de recrutamento. Trabalhou mais de 10 anos como enfermeira no Reino Unido e, por isso mesmo, veio agora colocar ao teu dispor a sua experiência. Ainda antes de receber o teu currículo, a Diana vai contar-te um pouco mais da sua história, para que a possas conhecer melhor.

 

 

 

Quem é a Diana Martins? 

 

A Diana é uma mulher de 37 anos, que nasceu numa aldeia do concelho de Penafiel mas veio morar para Rio Tinto quando entrou para a faculdade de Enfermagem do Porto. Casada, com 3 filhos, com muito gosto pela leitura e pelo desporto ao ar livre. O maior sonho da Diana era ter uma quinta para poder estar sempre em contacto com a natureza e os animais. 

 

Diana, tens mais de 10 anos de experiência profissional na área da saúde. Podes partilhar connosco um pouco do teu percurso? 

 

Sempre quis ser enfermeira. Depois de ter passado a fase em que se quer ser tudo e mais alguma coisa, claro. Sempre achei a enfermagem muito diversificada e achava que podia aprender muito pelo facto de poder trabalhar em serviços diferentes. No meu caso sempre quis passar pelo bloco. Neste sentido, achei que o melhor para mim, sendo ambiciosa em termos de carreira, seria emigrar. O Reino Unido sempre me pareceu uma decisão óbvia, não só pela língua, como também pela facilidade em aceder ao mercado de trabalho. Comecei a trabalhar numa care home, com doentes com Alzheimer, e foi aí que ganhei muita confiança no domínio da língua e na relação com o doente. Tive progressão na carreira 6 meses depois, passando a ser sénior. Um ano depois, e uma vez que a minha ambição era trabalhar num centro hospitalar de grandes dimensões, mudei-me para reading e trabalhei numa unidade de stroke por mais de um ano. Mas, mais uma vez, senti a necessidade de mudar porque tinha vontade de aprender mais e fui para o bloco de maternidade e obstetrícia. Apesar de nunca ter trabalhado em bloco, a minha integração foi muito fácil e o apoio para a minha aprendizagem foi grande e muito positivo. Gostei tanto que fiquei por 4 anos e tive oportunidade de trabalhar não só em cirurgias marcadas como de urgência, em partos. Foi uma experiência fantástica. Mudei-me depois para o “cath lab”, ou seja, uma unidade de intervenção coronária. Aqui tinha mais interação com os doentes e uma variedade de trabalho, uma vez que envolve tudo o que diz respeito ao doente, desde a admissão à instrumentação, e ainda intervenção cardíaca e alta. Trabalhei em “on call”, fazendo parte da equipa de resposta rápida para ataque cardíaco, e devo mencionar o orgulho que senti quando o hospital foi considerado, a nível nacional, o mais rápido nesta área. Após um ano e meio, por motivos de evolução na carreira e motivos familiares, decidi trocar o hospital público por um privado. A transição foi fácil e abriu portas para novas experiências. Voltei ao bloco mas desta vez, e sendo um hospital privado, a variedade de especialidades era bem maior. Aprendi ortopedia, oftalmologia, facho maxilar, urologia, entre outras. Evoluí ainda mais na carreira, o que me abriu portas para trabalhar onde eu quisesse, isto sem querer soar presunçosa. Dentro do mesmo grupo, mudei para o sul do Reino Unido e continuei a aumentar especialidades á minha carreira, neste caso endoscopia. Por motivos familiares decidi enveredar por algo diferente do ambiente hospitalar e, nos últimos meses, trabalhei como assessora para a DWP (Department for Work and Pensions). Tinha a vantagem de trabalhar em casa e manter contacto com pessoas que, de certa forma, estavam doentes e precisavam de ajuda. Sinto que ainda há muito mais para aprender no mundo da enfermagem. Mas acredito que nos meus 12 anos de trabalho consegui absorver muito conhecimento e adorei a diversidade a que fui exposta.  Uma das coisas que mais gostei ao trabalhar no UK foi o facto de sermos valorizados na equipa de trabalho e de não haver barreiras entre os diferentes profissionais de saúde, incluindo médicos. Todos tiram proveito das qualidades uns dos outros e trabalham como equipa.

 

O que te motivou a escolher o Reino Unido para desenvolver a tua carreira? 

 

Inicialmente foi a facilidade de falar inglês e a facilidade de vir a Portugal. Quando pensei em emigrar para o Reino Unido, o meu namorado na altura apoiou-me imenso porque também ele já tinha pensado nessa mudança e já tinha visitado o país. Quando comecei a inteirar-me dos requisitos para ofertas de trabalho achei que seria razoavelmente fácil entrar no mercado e ter uma evolução na carreira. Sempre tive vontade de fazer mais e muito, e este país parecia oferecer exatamente a oportunidade para isso acontecer. Além da carreira profissional, Inglaterra tem muito para oferecer a nível cultural. Acabei por fazer uma visita antes de me candidatar a uma posição de trabalho e achei que realmente era o sítio ideal para me mudar.

 

Que oportunidades e desafios te trouxe esta experiência profissional internacional? 

 

Tendo em consideração que o Reino Unido se destaca por ser um país em que a evolução tecnológica a nível de medicina é grande e em que se destacam grandes nomes ligados à ciência, as oportunidades de contactar com novas tecnologias e de aprendizagem são enormes. É de realçar o facto de ser um país procurado por muitos estudantes e profissionais para frequentar as universidades e hospitais de renome que estão na vanguarda. Trabalhando em diferentes sítios pude contactar com a evolução a nível de saúde quer em materiais para cuidados, quer em novas técnicas desenvolvidas e aprofundar os meus conhecimentos. A exposição a estas novas tecnologias pode ser uma vantagem mas é também obviamente um desafio, estás em constante aprendizagem e te sentes motivado para saber mais e ver mais. As oportunidades de estar envolvido em research e mesmo iniciares a tua própria research são muitas se esse for o teu foco de carreira. Existem muitos cursos de pós graduação e mestrados em diversas áreas que te podem alargar os horizontes em termos de carreira. Assim que ganhei alguma experiência no país, tive por vezes que recusar pois aparecem muitas ofertas. O maior desafio foi a entrevista para a oferta de trabalho. Tive a sorte de ser um empregador que fazia as entrevistas e o recrutamento em Portugal. No entanto, não fiz qualquer tipo de preparação especial para a entrevista porque achava que o meu nível de conhecimento e inglês seria suficiente. Neste caso não foi e recusaram-me na primeira entrevista. Se voltasse atrás teria, sem dúvida, feito uma preparação para entrevista e um curso de inglês, antes de ser entrevistada. De resto, estar num país novo já foi um desafio em si, mas tive sempre apoio do empregador, quer a nível pessoal quer no trabalho, o que tornou a minha adaptação fácil e rápida.

 

Como descreves a enfermagem no Reino Unido, nos dias de hoje?

 

A enfermagem no Reino Unido é, como se costuma dizer, “um mundo”. As possibilidades de desenvolvimento de carreira são grandes e se temos vontade de aprender diferentes áreas, a facilidade de mobilização é enorme, assim que se consegue ter uma experiência inicial, claro. Temos acesso a formação diversificada, seja qual for o nosso local de trabalho. A nível salarial continua a ser muito apelativo, tanto nos serviços estatais, como no privado. 

 

Sabemos que regressaste do UK há pouco tempo. Sentiste que houve alguma mudança devido ao Brexit?  

 

Pessoalmente, não senti qualquer diferença. Houve um movimento de saída de enfermeiros após o Brexit, mais com a pandemia. No entanto, acho que se deve ao facto de muitos destes enfermeiros estarem na mesma situação que eu: uma vez que atingem uma determinada fase da carreira, e mesmo da vida pessoal, querem voltar ao país de origem. O apoio que me foi dado inicialmente, como emigrante, continua a ser o mesmo dado nos dias de hoje. Recebemos regularmente emigrantes nos nossos locais de trabalho e o feedback destas pessoas em relação à mudança continua a ser positivo. 

 

 


 

 

Para além da experiência profissional, tiveste a oportunidade de constituir família no Reino Unido. O que destacas, em termos de vida familiar, segurança e estabilidade, neste país? 

 

Como já referi sou casada e tenho 3 filhos. Constituí a minha família enquanto estava no UK. E ainda “arrastei” a minha mãe e a minha irmã para se mudarem também, 2 anos depois de ter saído de Portugal. Com isto quero dizer que nunca o teria feito se não achasse que estaria a influenciar uma mudança para um país seguro e onde se pode pensar numa vida estável, para poder realizar sonhos e proporcionar bons momentos aos filhos. Os gastos familiares não são muito altos. Todas as despesas de saúde são gratuitas até aos 18 anos, ou seja, atendimento hospitalar ou centro de saúde, medicação, nada disso é pago. Além disso, nas escolas há um apoio enorme nos gastos. Todo o material que em Portugal fica ao encargo dos pais, no UK a escola é responsável por fornecer, desde os lápis aos livros. As refeições escolares são também pagas pela escola até ao segundo ano, ou seja, a única coisa que se paga são os uniformes usados em todas as escolas, mas que são a um preço muito acessível e que é possível encontrar nos supermercados. A nível de saúde os dentistas são também pagos pelo serviço nacional de saúde, até aos 18 anos, o que tira um enorme peso das despesas. Quanto aos transportes os próprios empregadores têm, muitas vezes, incentivos para pagamentos faseados, descontados no salário mensal, não sendo assim tributados. A nível salarial, mesmo quando ainda se está numa posição mais junior, e dependendo se estamos sozinhos ou não, os ordenados são suficientes para cobrir as despesas de habitação, alimentação e viagens a Portugal. Posso dizer que quando emigrei comecei numa posição júnior e o meu namorado ainda não tinha trabalho. Mesmo assim conseguimos pagar todas as despesas para os dois. O estilo de vida é muito diferente do Portugues. Os dias começam bem cedo, para que se aproveite o máximo possível, mas acabam bem cedo também. Não se pode ir a um centro comercial às 10 da noite, por exemplo. Normalmente este tipo de sítios encerra às 5 da tarde. No entanto, todos os supermercados, que são muitos e diversos, ficam abertos até mais tarde. Muitos pensam que devido ao clima não há tanta atividade ao ar livre mas isto não se verifica. As crianças são incentivadas a sair de casa e a aproveitar ao máximo a natureza, mesmo quando chove. Existem muitos parques e atividades ao ar livre e a minha família tirou muito partido disto. Enquanto residente no UK, sempre tive uma estabilidade económica e emocional muito grande. Como família tivemos sempre a sorte de podermos fazer viagens fantásticas fora e tirar proveito de atividades lúdicas e eventos culturais. Durante o tempo que estive no UK mudei de cidade várias vezes e a integração sempre foi muito positiva. Nunca me senti insegura ou sem apoio da comunidade e tive oportunidade de fazer amizades que até hoje mantenho. 

 

De que forma achas que a tua experiência no Reino Unido pode ajudar outros colegas enfermeiros a alcançar os seus objetivos pessoais e profissionais?

 

Como enfermeira emigrada, posso dizer que nunca mudaria nada no percurso que fiz. Emigrar para o Reino Unido abriu-me portas para evoluir na carreira, algo que nunca pensei alcançar tão rapidamente. Como é óbvio, houve momentos em que me senti mais em baixo, ou porque o trabalho não está a correr tão bem ou porque tive saudades da família e amigos. Mas pensei sempre que tudo isto era passageiro e sempre tive apoio e incentivo para atingir os meus objetivos de vida. Comigo foi assim e nunca me arrependi de ter tomado a decisão de mudar de país. Se não o tivesse feito não teria toda a bagagem que tenho hoje, a nível profissional e pessoal. E com isto tive também a oportunidade de, nesta fase da minha vida, voltar para Portugal com uma maior estabilidade.

 

 

 

 

A Diana vai estar responsável por te "dar uma mãozinha" a concretizar esse objetivo de ir trabalhar para o Reino Unido. Para que ela te possa encaminhar e apoiar no melhor sentido possível é importante de dês uma vista de olhos pelas nossas vagas e envies o teu CV atualizado. Acede aqui às nossas vagas em diferentes localizações do Reino Unido. 

 

 

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