
Adriana Miranda: Uma enfermeira portuguesa redescobre a vida e a carreira nos Países Baixos
A Decisão de Partir
Seis meses. Meio ano. Parece muito, mas para Adriana Miranda, passou num instante. Em apenas seis meses, mudou de país, aprendeu uma nova língua e, mais importante que tudo, redescobriu o verdadeiro significado de viver.
"Tenho muito orgulho do meu país e do sítio onde nasci, mas já não me sentia realizada profissionalmente. Vivia para o trabalho e não tinha a qualidade de vida que queria ter", conta Adriana. A paixão pela enfermagem nunca esteve em causa – deixar a profissão não era uma opção –, mas as condições em Portugal tornaram a decisão inevitável. "Ser enfermeiro em Portugal é difícil. As condições de trabalho não são boas e, por muito que me custe dizer, isso pesa na decisão de partir."
Foi então que, juntamente com o namorado, tomou uma das decisões mais importantes da sua vida: mudar de país.
Uma Nova Vida nos Países Baixos
A escolha recaiu sobre os Países Baixos, um país onde encontrou um novo ritmo e uma nova forma de estar. "Aqui eu permito-me viver", partilha Adriana. Pequenos gestos do dia a dia, que antes pareciam impossíveis, tornaram-se parte da rotina.
"Aprendi que quando faz sol o único sítio possível para estar é na rua. Aprendi que depois do trabalho ainda há tempo para estender uma toalha no parque e conviver com os amigos. Aprendi a gostar de chá. Aprendi a gostar de panquecas. Aprendi a viver sem pressas."
Mas esta mudança não foi apenas cultural. A nível profissional, Adriana encontrou condições que lhe permitiram continuar a exercer a enfermagem com paixão, sem o desgaste extremo que sentia em Portugal. "Faço enfermagem com o coração. Para mim, só assim faz sentido ser enfermeiro", afirma.
Desafios e Saudade
Nem tudo foi fácil. Como qualquer mudança, houve desafios a superar – desde a adaptação ao idioma até ao processo de integração num novo sistema de saúde. Mas, acima de tudo, houve um sentimento que nunca desapareceu: a saudade.
"Saudade da comida, saudade do calor de Portugal, saudade dos sítios onde costumava ir, mas, acima de tudo, saudade das pessoas que lá ficaram." Mesmo com a felicidade da nova vida, o coração continua dividido. "Agora dou mais valor à frase ‘os amigos são a família que nós escolhemos."
O Futuro: Ficar ou Voltar?
Para já, não há planos para regressar. "Não sei por quanto mais tempo ficarei por cá, mas o pouco tempo que cá estive já fez com que os Países Baixos estivessem no meu coração."
Portugal continua a ser casa, mas, por agora, Adriana escolhe ficar onde se sente valorizada – tanto a nível profissional como pessoal.
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